A rivalidade é um fator de extrema importância para a popularidade das modalidades esportivas e até dos negócios. Através dela é natural que mesmo os mais distantes da "disputa" acabem se interessando e de alguma forma acompanhando-a, o que, consequentemente, pode gerar mais receitas.
Respeitando os direitos das pessoas e as regras do bom convívio, é razoável supor que a paixão despertada pelas rivalidades seja salutar para o esporte, uma atividade que, mesmo tendo seus valores bem apropriados para a formação do cidadão, abriga dentro de seus seguidores um “quê” de irracionalidade, já que não existem explicações muito lógicas e objetivas para as escolhas e reações.
No mercado, mesmo sem as demonstrações de paixão, as disputas entre os concorrentes também trazem benefícios, inclusive para os consumidores em um cenário de livre competição.
Contudo, quando as paixões e rivalidades derivam para setores onde a racionalidade deveria nortear as atitudes, se entra num universo extremamente perigoso e nocivo.
Deixando de rodeios, refiro-me agora à política, um ambiente cada vez mais recheado de fanáticos que, ao invés de se guiarem por princípios, se guiam pelas iniciativas e falas dos seus “líderes”. Tudo que esses falam ou fazem é sensacional e se, por ventura, alguma falha ficar muito evidente, tentam minimizá-la e justificá-la exaltando outros feitos do seu “líder”, desqualificando aqueles que apontaram as falhas ou dizendo que outros fizeram pior no passado.
Deixando de rodeios, refiro-me agora à política, um ambiente cada vez mais recheado de fanáticos que, ao invés de se guiarem por princípios, se guiam pelas iniciativas e falas dos seus “líderes”. Tudo que esses falam ou fazem é sensacional e se, por ventura, alguma falha ficar muito evidente, tentam minimizá-la e justificá-la exaltando outros feitos do seu “líder”, desqualificando aqueles que apontaram as falhas ou dizendo que outros fizeram pior no passado.
Na mão inversa, estão os que se aproveitam de qualquer fala dos “líderes” alheios para buscar algum deslize, nem que para isso precise descontextualizar o que foi dito.
Embora estejam em lados opostos, essas pessoas se caracterizam por alguns traços em comum:
- a filosofia do "nós contra eles", onde as palavras "comunista" e "fascista" viram xingamentos sem sequer saberem o que elas significam, tampouco como elas se inserem nos contextos históricos e econômicos.
- o uso das redes sociais para divulgar aquilo que os fará ter razão em suas "convicções", pouco se importando em checar se a informação é verídica ou, pior, se aquilo não é uma tolice descomunal. Quando alertados do equívoco, simplesmente se calam, não desmentem, o que deixa clara a intenção da postagem.
Papéis absolutamente horrorosos e que ambos os lados dizem abominar quando o outro faz, mas nem assim se policiam para não repetir.
Felizmente, as últimas pesquisas acerca da credibilidade das mídias nos mostram que as publicações em redes sociais atingiram um nível bastante baixo, o que não deixa de ser um alento no que tange ao maior grau de conscientização das pessoas.
Resta torcer, aqui com muita paixão, para que essa conscientização leve as pessoas a entenderem que devemos defender incondicionalmente princípios e valores, ao invés de pessoas e ideologias radicais.
Resta torcer, aqui com muita paixão, para que essa conscientização leve as pessoas a entenderem que devemos defender incondicionalmente princípios e valores, ao invés de pessoas e ideologias radicais.
Para voltarmos ao esporte, assunto que iniciou o artigo, finalizaremos com uma frase de Nelson Rodrigues, dramaturgo que tinha entre suas maiores paixões o Fluminense, clube inspirador de tantas rivalidades, a ponto de ter um dos clássicos que disputa: o fla x Flu, um símbolo de rivalidade.
"Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem."
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