terça-feira, 16 de novembro de 2021

Atenção à inovação

Embora esteja sendo usada com mais frequência do que no passado, a palavra "inovação" ainda carece de um entendimento melhor, visto estar muito associada à tecnologia, quando na verdade o termo é bastante abrangente, podendo ser aplicado a novos modelos de negócios, novos mercados e novos processos, entre outros, visto contemplar tudo que se refere a novas ideias.
No esporte, então, a inovação pode ser vista desde a evolução dos equipamentos até as mudanças de regras, passando evidentemente pela criação de novas modalidades, de nomes e adaptação de outras.
A lista de exemplos é bastante vasta e requereria um espaço bem maior para falar a respeito, porém, nesse artigo abordaremos o pentatlo moderno, que nos Jogos Olímpicos de 2028 não terá o hipismo como uma de suas modalidades, fato motivado pelos maus tratos ao animal por parte de uma treinadora nos últimos Jogos de Tokyo.
A repercussão sobre a mudança coloca de um lado aqueles que alegam que o esporte ficará descaracterizado e do outro os que consideram a medida como parte do processo evolutivo e, portanto, dentro do conceito de inovação. Vale acrescentar que o ciclismo será provavelmente a modalidade que substituirá o hipismo.
Analisando o tema pelo prisma mercadológico, focaremos as três manifestações do esporte, pois entendemos que tais pontos são a base para a atração de patrocínio, espaço na mídia e atenção do público em geral.
Em relação à iniciação e à participação, é razoável supor que o esporte ficará mais democrático, visto ser mais fácil conseguir uma bicicleta do que um cavalo, o mesmo ocorrendo em relação ao espaço para a prática. Contudo, essa maior facilidade não será capaz de deixar o pentatlo moderno tão popular, até porque cinco modalidades exigem mais recursos do que uma, obviamente. Quanto ao alto rendimento, pode ser que haja uma transformação no perfil dos atletas, visto o ciclismo exigir valências diferentes das usadas no hipismo.
Partindo da premissa de que os esportes concorrem entre si, pode ser que o triathlon, por exemplo, venha a ser impactado, ainda que as distâncias da natação, do ciclismo e da corrida sejam diferentes e que tanto a esgrima como o tiro esportivo requeiram equipamentos não tão acessíveis. Todavia, não pode ser descartada a hipótese de o pentatlo moderno vir a se apoderar de um posicionamento de “esporte mais completo” que hoje o triathlon detém, afinal, comportarão outras duas modalidades além das coincidentes.
Por mais que pareça algo meio distante da realidade, vale lembrar que existe um grande território a ser conquistado pelas modalidades no que tange ao trabalho de branding e que aquelas federações que se atentarem primeiro para essa necessidade se sobressairão perante o mercado. Vale lembrar que a UIPM (Union Internationale de Pentathlon Moderne) é uma das poucas federações internacionais que parece ter executado algo nesse sentido, vide já ter incorporado à sua marca uma espécie de assinatura: “mais do que um esporte”.
Fazer previsões hoje sobre o que acontecerá nesse “mercado” em 2028 é precipitado, pois envolve muitas variáveis, as quais são bastante dinâmicas, porém, é de vital importância que as federações acompanhem de perto as movimentações e tracem cenários que lhes permitam ter sucesso diante do que possa vir acontecer.





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