terça-feira, 5 de julho de 2022

Assédios imorais

A notícia sobre o afastamento do, até então presidente da Caixa, banco público brasileiro, por supostamente ter cometido assédios moral e sexual traz à tona um tema que deve suscitar o máximo de atenção de todas as organizações.
Como o próprio título esclarece ambos os assédios são imorais, covardes e denotam a incapacidade do assediador em conseguir seus objetivos através de argumentos convincentes.
Sobre o assédio moral, é preciso esclarecer que, por mais que um superior hierárquico seja focado em resultados, a forma de atingi-los não contempla em hipótese alguma a humilhação e demais demonstrações de desrespeito aos seus subordinados. Não se ignora aqui os eventuais momentos de explosão e conflitos inerentes a qualquer tipo de relação, o que não significa dizer que são certos, mas reconhecer que podem acontecer desde que não ocorram frequentemente e que haja pedidos de desculpas pelos excessos. Além do que, liderar através do medo e de agressões é a forma mais idiota para alcançar objetivos de forma sustentável. Ser enérgico não significa ser desrespeitoso.
Quanto ao assédio sexual, a coisa é ainda mais repugnante por beirar às raias de um estupro, visto estar se forçando uma situação de cunho sexual sem o consentimento da outra parte.
Antes que surja a discussão em torno do falso moralismo da sociedade, é necessário esclarecer que o teor condenatório do artigo não se estende aos eventuais envolvimentos que venham a ocorrer no ambiente de trabalho, caso esses sejam consentidos e não firam as normas de compliance das empresas. 
Contudo, tão condenável quanto os assédios é a tentativa de politizá-los, o que em nada contribui para a sua erradicação.
A pessoa que comete esse tipo de atitude não o faz em função de sua ideologia e/ou partido, ela faz por ser desprovida de caráter, de educação, de moral e de competência entre outras carências. 
Por outro lado, quem a defende seja por qual motivação for, mostra o quão semelhante é com o assediador, visto ser inaceitável, sequer, tolerar esse tipo de atitude.
Será que esses que minimizam o ocorrido o relevariam se o mesmo fosse cometido contra suas mães, filhas ou mulheres?
Difícil responder, talvez condenassem e quisessem até agredir o autor, se esse fosse de uma ideologia oposta. Não causaria espanto, no entanto, se minimizassem o ocorrido se o assediador comungasse dos mesmos discursos políticos. Isso se chama fanatismo, visto estarem tomando posição em função de pessoas e não de atitudes, abrindo mão do direito de estudar, pesquisar, refletir e formar suas opiniões sem preconceitos.
Por mais que fatos passados não sejam garantia para se estabelecer uma avaliação definitiva sobre alguém, afinal existe a possibilidade de evolução e regeneração, esses podem trazer indicadores valiosos para o processo de contratação e retenção de colaboradores, principalmente em cargos com maior representatividade, cujos ocupantes acabam sendo associados à “cara” da empresa, a qual, se for séria, optará por ter em seus quadros pessoas com princípios e valores inquestionáveis.






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