terça-feira, 1 de novembro de 2022

Novos tempos para o marketing

Enfim as eleições terminaram, entre vencidos e vencedores fica a certeza de que não faltaram perdedores.
Perderam a vergonha em defender seus candidatos de forma fanática, ficando cegos às falhas de preparo e conduta dos seus “escolhidos”.
Perderam amigos ao mostrarem que os princípios outrora mostrados não existiam ou foram extraviados para sabe-se lá onde.
Perderam a noção ao transformarem a essência dos grupos de redes sociais, criados outrora para abordar outros temas, em plataformas de suas convicções políticas.
Perderam a oportunidade de aprender com o contraditório para dali diminuírem a insegurança que os fazem se achar donos da verdade e infalíveis.
Mas e o marketing, onde fica nisso? Afinal a proposta do blog é discutir marketing e gestão.
A resposta é simples: diante desse contexto de “perdas”, aumenta cada vez mais a responsabilidade dos executivos de marketing no que tange à identificação detalhada do público-alvo, assim como em relação a se conscientizarem de que os atributos ligados à racionalidade podem não ser suficientes para a obtenção de bons resultados, mesmo porque a tentativa de encontrar coerência em fanáticos é uma enorme incoerência.
As eleições mostraram, entre outras coisas, que a necessidade de “pertencer”, isto é, fazer parte de algum grupo, seita, comunidade, seja lá como queiram chamar, é um desejo muitas vezes não revelado, mas que é latente no ser humano.
Deixaram claro também que tão ou mais importante do que a qualidade de algo ou alguém, é a quantidade de argumentos que propiciem justificativas internas e externas que embasem sua escolha. 
Todavia, talvez o principal desafio para o marketing seja aprender como sobressair no mercado sem a utilização de mentiras, mesmo sabendo que muitos concorrentes o farão cada vez mais. Afinal, numa completa inversão de valores, passou-se a aceitar a mentira como forma de liberdade de expressão com alegações de que o “mentiroso” está sujeito a arcar com as consequências do que falou, negligenciando a lentidão da justiça e que os estragos que as inverdades podem causar provavelmente não serão compensados pelas sanções judiciais. Algo mais ou menos na linha de permitir que se mate alguém baseado na possibilidade de o assassino vir a ser preso, ignorando que a vida perdida não volta.
Isso não significa dizer que a disputa contra os que se utilizam da ilegalidade é uma novidade. Claro que não é! Praticar preços competitivos concorrendo com quem sonega não é nada fácil, tal como não é disputar competições contra adversários que se dopam. A novidade dessa vez fica por conta do maior descaso com a prevenção baseado numa suposta punição futura, a qual, insisto, pode não ser suficiente para reparar os danos.
Vejamos como o marketing irá se adequar sem apelar para práticas que venham a distorcer sua essência, a qual já foi bastante abalada pelos chamados “marqueteiros” políticos.
Torçamos para que, pelo menos no mercado, a verdade não seja um mero vocábulo.






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