Como já foi demonstrado inúmeras vezes nesse espaço, o marketing se encontra numa curva de destruição aparentemente irreversível.
Se já não bastassem as confusões que fazem com vendas e comunicação - áreas, embora afins, diferentes - e o exercício da função por profissionais que desconhecem conceitos essenciais, há ainda a proliferação de práticas mentirosas como ferramenta de “convencimento” ao consumidor.
No e-commerce, algumas empresas que atuam como market place não procuram sequer investigar se seus “parceiros” agem de forma honesta, ignorando que qualquer insatisfação causará prejuízos às suas marcas e reputações.
Os golpes são vários, entre os quais está o de anunciar produtos com preços abaixo da média praticada pelo mercado, vendê-los e não entregá-los ou enviar produtos errados.
O argumento de que tais equívocos são frutos de incompetência se perde quando nos deparamos com as respostas às reclamações. Pedem desculpas, devolvem o dinheiro, mas em nenhum momento se dispõem a entregar a mercadoria correta ou mesmo arcar com a diferença de uma eventual compra que precisará ser feita em outro varejista para satisfazer a demanda original.
Como a maior parte das pessoas se contenta com a solução e não leva a situação adiante, até porque não vale o sacrifício, os “mentirosos” conseguem ganhar no float decorrido do tempo entre o pagamento e a devolução, sem falar nos ganhos auferidos pelo acesso ao site.
Outra mentira também bastante em moda está a de “assustar” quem será impactado pelas mensagens com a possibilidade de o produto/serviço acabar porque restam poucas unidades – alguns até especificam a quantidade.
Distorcem o que chamamos de marketing de escassez, o qual tem como base a qualidade do produto/serviço que, reconhecido como tal, faz com que os potenciais clientes venham a não medir esforços para adquiri-los assim que forem lançados.
Os que tentam defender as ações enganosas, usam dos mais diversos discursos: “não tem como descobrir”, “todo mundo faz”. Só faltam evocar a liberdade de expressão...
Tentar contrapor é perda de tempo, e assim vai se criando uma cultura de fake news em todas as esferas da sociedade, aonde o marketing vai ficando cada vez mais infestado daqueles que não fazem a menor questão de preservá-lo.
Independentemente dessa onda, não custa reforçar que marketing e mentira são opostos, nisso podem acreditar.
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