A escolha de Fernando Diniz, técnico do Fluminense, para ser o treinador da seleção brasileira de futebol tem provocado bastantes discussões, as quais giram não só sobre a capacidade do bicampeão carioca, como também de um possível conflito de interesses.
Particularmente, acho o profissional muito bom e cada dia mais preparado para o cargo, porém, como a proposta do blog é provocar o debate sobre marketing e gestão, vamos explorar o citado conflito.
Alguns alegam que o técnico tricolor pode vir a convocar um jogador do time adversário com o intuito de desfalcá-lo e assim favorecer o seu clube em alguma rodada do campeonato. Óbvio que a situação é factível, porém, tendo a acreditar que muito improvável no caso do Fernando Diniz, visto já ter demonstrado inúmeras vezes uma conduta exemplar em termos de honestidade.
Vale lembrar que no voleibol, o técnico Zé Roberto dirigiu tanto a seleção como clube e nenhum tipo de suspeição foi levantada.
Claro que nem todos os técnicos são iguais em termos de caráter e, no caso de um treinador sem tanto apego aos princípios, a situação narrada, pode, de fato, implicar em problemas.
Ainda que a escolha de profissionais deva contemplar a avaliação dos soft skills (habilidades psicossociais de um indivíduo), é costumeiro, principalmente no futebol, focar apenas nos hard skills (habilidades profissionais mais tangíveis), o que dá margem para a contratação de pessoas que possam tirar proveito das situações conflituosas.
Na verdade, as possibilidades de conflitos no caso de técnicos de seleção são ainda maiores. É viável, por exemplo, um treinador convocar jogadores com o objetivo de valorizá-los e ser remunerado por isso.
Saindo do esporte, o que pensar de um médico que é remunerado pela indústria farmacêutica? Será que esse fato influenciará na prescrição dos medicamentos? E os juízes que são convidados como palestrantes em congressos financiados por empresas? Podemos incluir aqui os profissionais que, ao serem contratados através do auxílio de Head Hunters, mantém esses prestadores de serviços depois de contratado.
Então quer dizer que o médico não pode receitar os mencionados medicamentos em função de sua relação com a indústria? O juiz não pode disseminar seu saber e sua experiência? O Head Hunter deve ser trocado após efetuar uma contratação? Evidente que não!
Todas as possibilidades descritas podem ocorrer, todavia, devem ser regidas por normas de governança e compliance, que deem tranquilidade ao contratante e ao contratado.
A preconizada atenção ao compliance se faz cada vez mais urgente nos dias atuais, quando interações e engajamentos são incentivados e vitais para o sucesso, o que implica no aumento das situações de conflito.
Apostar numa reversão dessa situação parece utópico, principalmente em um cenário onde o número de pessoas que optam por obter vantagens abdicando-se dos princípios e valores também parece crescer, principalmente em algumas regiões.
Dessa forma, mais importante do que apontar conflitos e nada fazer, é prevê-los e minimizar os riscos.
Particularmente, acho o profissional muito bom e cada dia mais preparado para o cargo, porém, como a proposta do blog é provocar o debate sobre marketing e gestão, vamos explorar o citado conflito.
Alguns alegam que o técnico tricolor pode vir a convocar um jogador do time adversário com o intuito de desfalcá-lo e assim favorecer o seu clube em alguma rodada do campeonato. Óbvio que a situação é factível, porém, tendo a acreditar que muito improvável no caso do Fernando Diniz, visto já ter demonstrado inúmeras vezes uma conduta exemplar em termos de honestidade.
Vale lembrar que no voleibol, o técnico Zé Roberto dirigiu tanto a seleção como clube e nenhum tipo de suspeição foi levantada.
Claro que nem todos os técnicos são iguais em termos de caráter e, no caso de um treinador sem tanto apego aos princípios, a situação narrada, pode, de fato, implicar em problemas.
Ainda que a escolha de profissionais deva contemplar a avaliação dos soft skills (habilidades psicossociais de um indivíduo), é costumeiro, principalmente no futebol, focar apenas nos hard skills (habilidades profissionais mais tangíveis), o que dá margem para a contratação de pessoas que possam tirar proveito das situações conflituosas.
Na verdade, as possibilidades de conflitos no caso de técnicos de seleção são ainda maiores. É viável, por exemplo, um treinador convocar jogadores com o objetivo de valorizá-los e ser remunerado por isso.
Saindo do esporte, o que pensar de um médico que é remunerado pela indústria farmacêutica? Será que esse fato influenciará na prescrição dos medicamentos? E os juízes que são convidados como palestrantes em congressos financiados por empresas? Podemos incluir aqui os profissionais que, ao serem contratados através do auxílio de Head Hunters, mantém esses prestadores de serviços depois de contratado.
Então quer dizer que o médico não pode receitar os mencionados medicamentos em função de sua relação com a indústria? O juiz não pode disseminar seu saber e sua experiência? O Head Hunter deve ser trocado após efetuar uma contratação? Evidente que não!
Todas as possibilidades descritas podem ocorrer, todavia, devem ser regidas por normas de governança e compliance, que deem tranquilidade ao contratante e ao contratado.
A preconizada atenção ao compliance se faz cada vez mais urgente nos dias atuais, quando interações e engajamentos são incentivados e vitais para o sucesso, o que implica no aumento das situações de conflito.
Apostar numa reversão dessa situação parece utópico, principalmente em um cenário onde o número de pessoas que optam por obter vantagens abdicando-se dos princípios e valores também parece crescer, principalmente em algumas regiões.
Dessa forma, mais importante do que apontar conflitos e nada fazer, é prevê-los e minimizar os riscos.
Excelente.
ResponderExcluirObrigado!
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