terça-feira, 2 de julho de 2024

Tá ruim? Então troca!

Não gostei da demissão do técnico Fernando Diniz!
Expurgar o aspecto “gratidão”, por mais esforço e frio que eu queira ser, não seria possível, embora isso aqui pouco importa, já que o artigo terá um foco voltado essencialmente à gestão.
Os resultados estavam ruins. Ok, mas qual o intervalo de tempo que estamos nos referindo? Ou melhor, qual deve ser o intervalo padrão para avaliação? Difícil responder!
No final de temporada, quando é possível iniciar um novo ciclo? No meio dela, quando não há tempo hábil para se instaurar e treinar uma filosofia de jogo diferente, a qual, não necessariamente será melhor?
O momento da competição e as pretensões também não podem ser desprezados, o que aumenta a quantidade de variáveis e a complexidade da decisão.
Podemos incluir nessa equação, as opções de reposição, considerando aqui as perspectivas no que tange o relacionamento com os jogadores, se o estilo de jogo é compatível com as características do elenco, se tem a “cara” do clube e qual a capacidade financeira para se trazer um profissional adequado às necessidades.
Deixo propositalmente de fora um ponto que admito ter forte influência, mas que não deveria existir: a pressão imposta pelos torcedores, cada vez mais inflados pelas redes sociais. Pior, uma pressão advinda da emoção, a qual deve ficar de fora tanto no que diz respeito à gratidão, como na insatisfação proporcionada pela sequência de resultados ruins.
Por mais que a emoção esteja presente no esporte, ela não combina com gestão, onde a frieza - não confundir com ausência de empatia - é fundamental para o atingimento dos objetivos.
Qual organização nunca passou por uma crise, substantivo utilizado para identificar uma situação na qual a realidade está divergente da expectativa, sendo que, muitas das vezes, essa última é otimista demais. Não digo que seja o caso do Fluminense, mas, não custa incluir essa variável na reflexão.
Seria apropriado demitir um CEO que deu uma lucratividade recorde no exercício anterior por não ter performado bem nos dois trimestres posteriores? 
Acrescentamos nesse exercício de imaginação o fato de que o tal CEO é extremamente querido por sua equipe, a qual confia plenamente nele. 
Claro que de fora é fácil criticar, dentro de um clube, sei bem como é, a pressão é enorme. Mas em empresas, por mais que não tenham torcedores ou mesmo que não exista a imprensa e blogueiros alimentando o assunto, a pressão também é enorme, pois mexe com dinheiro de acionistas e emprego de colaboradores, tanto os próprios como os dos fornecedores.
A opção de trocar o gestor sempre irá existir, o que pode acontecer inclusive por vontade dele, todavia, essas mudanças não podem vir sem o devido estudo, sem se ter havido, mesmo que hipoteticamente, um plano de sucessão. 
Fazer concessão à pressão denota falta de convicção no planejamento elaborado, se é que ele existe.





2 comentários:

  1. Prezado Idel, concordo integralmente com você, eu também não gostei.

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