Entre as primeiras medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump dos EUA, uma vale ser aqui explorada: a mudança do nome do Golfo do México para Golfo da América.
Resistindo à tentação de entrar na seara política, vou focar nas chances de o Golfo passar a ser conhecido e chamado pela nova nomenclatura ao longo do tempo, ressalvando que o mandato dura quatro anos, que não há certeza de que o próximo presidente manterá a nomenclatura, que não haverá uma campanha de alcance mundial para “fixação” do novo nome, que o “atual ou anterior” existe há mais de quatro séculos, sem falar dos livros e demais manifestações culturais que fazem menção ao Golfo do México.
Alguns podem aproveitar o ocorrido e citar as operações de naming rights e title sponsor para embasar uma eventual crença de que o “Golfo da América” se popularizará, aliás, a ideia de explorar o tema foi justamente a comparação com esse tipo de patrocínio.
No caso dos naming rights, mesmo em instalações centenárias, há um universo menor de público a ser trabalhado que, impactado por campanhas e ações orgânicas acabam incorporando o nome às suas menções sobre estádios e arenas. Não podemos desprezar que identidade visual, imprensa e atletas, entre outros, têm forte contribuição nesse processo. Isso sem falar na menor rejeição por parte da população de forma geral e no tempo de duração dos contratos que não chegam nem perto dos quatrocentos anos do Golfo do México.
Resistindo à tentação de entrar na seara política, vou focar nas chances de o Golfo passar a ser conhecido e chamado pela nova nomenclatura ao longo do tempo, ressalvando que o mandato dura quatro anos, que não há certeza de que o próximo presidente manterá a nomenclatura, que não haverá uma campanha de alcance mundial para “fixação” do novo nome, que o “atual ou anterior” existe há mais de quatro séculos, sem falar dos livros e demais manifestações culturais que fazem menção ao Golfo do México.
Alguns podem aproveitar o ocorrido e citar as operações de naming rights e title sponsor para embasar uma eventual crença de que o “Golfo da América” se popularizará, aliás, a ideia de explorar o tema foi justamente a comparação com esse tipo de patrocínio.
No caso dos naming rights, mesmo em instalações centenárias, há um universo menor de público a ser trabalhado que, impactado por campanhas e ações orgânicas acabam incorporando o nome às suas menções sobre estádios e arenas. Não podemos desprezar que identidade visual, imprensa e atletas, entre outros, têm forte contribuição nesse processo. Isso sem falar na menor rejeição por parte da população de forma geral e no tempo de duração dos contratos que não chegam nem perto dos quatrocentos anos do Golfo do México.
Já em relação ao title sponsor, as expectativas de incorporação do nome à competição/espetáculo não são tão otimistas ou, pelo menos, não deveriam ser em contratos cuja duração não exceda dez anos. As equipes e torcedores querem, na verdade, ganhar as competições pouco se importando com o nome dos patrocinadores, portanto é difícil que alguém, por livre e espontânea vontade, faça menção ao detentor do title sponsor. Tais peculiaridades, de forma alguma, relegam esse tipo de propriedade a um produto inferior, longe disso, pois as possibilidades de associação de marcas, co-branding, relacionamento e ativação são enormes e trazem um belo retorno, caso sejam feitas de forma estratégica e integrada aos objetivos da marca.
Para enriquecer a reflexão sobre o tema, podemos citar as marcas que mudaram de nome, cujo processo é bastante ajudado tanto por campanhas como pelo próprio consumo. Países e cidades, principalmente por questões políticas, podem ser exemplos que legitimam, pelo ponto de vista de naming, a decisão do Trump, embora, no caso do Golfo exista um enorme contingente mundial disposto a boicotar a denominação.
Cravar com a devida acurácia se novos nomes serão incorporados ao cotidiano é muito difícil, mesmo porque depende bastante de investimentos e características do que será mudado, daí a razão de se preconizar a avaliação criteriosa dos benefícios e riscos da empreitada.
Para enriquecer a reflexão sobre o tema, podemos citar as marcas que mudaram de nome, cujo processo é bastante ajudado tanto por campanhas como pelo próprio consumo. Países e cidades, principalmente por questões políticas, podem ser exemplos que legitimam, pelo ponto de vista de naming, a decisão do Trump, embora, no caso do Golfo exista um enorme contingente mundial disposto a boicotar a denominação.
Cravar com a devida acurácia se novos nomes serão incorporados ao cotidiano é muito difícil, mesmo porque depende bastante de investimentos e características do que será mudado, daí a razão de se preconizar a avaliação criteriosa dos benefícios e riscos da empreitada.
Mesmo reconhecendo a dificuldade de se prever "popularizações", não vou me eximir de palpitar sobre o tema que deu origem ao presente texto: o Golfo continuará sendo do México.
Muito obrigado pela interessante abordagem. Fico com o nome original e historicamente legitimado.
ResponderExcluirEu que agradeço o comentário.
ResponderExcluirÉ Golfo do México, porque até o tratado de Guadalupe Hidalgo em fevereiro de 1848, sete a oito estados do sul dos EUA, eram território mexicano. Então, uma área enorme da costa norte do Golfo, era México.
ResponderExcluirObrigado por enriquecer o texto.
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