terça-feira, 15 de novembro de 2011

Continuar ou rescindir?



“A vontade de vencer é importante. Mas a vontade de se preparar é fundamental.” 
Considero essa frase uma valiosa lição não só para o esporte, mas também para a vida de forma geral. 
O autor da mesma é Joe Paterno, mais conhecido como Joepa, que esteve durante 61 anos dirigindo a Universidade de Penn State , 15 como assistente e 46 como técnico. 
Joepa é o maior vencedor da história do College Football, mas mesmo assim foi demitido. 
Obviamente o motivo não foi o desempenho da equipe, mesmo porque o artifício de responsabilizar unicamente os técnicos por resultados ruins não é prática comum no esporte norte-americano. 
A idade, mesmo avançada, também não foi o motivo. 
O velho treinador foi demitido por não ter denunciado à polícia um de seus assistentes, mesmo tendo recebido informações irrefutáveis de práticas de pedofilia por parte desse imbecil. 
A frase é ótima, a informação é interessante, porém o que mais chama a atenção nesse caso é a postura da Nike, patrocinadora de Joe Paterno, que mesmo diante desse escândalo manterá o patrocínio. 

Na verdade, essa não é a primeira vez que a Nike age dessa forma. 
Quando o jogador de basquete do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant, foi acusado de estupro, o Mc Donald’s, um de seus patrocinadores rescindiu o contrato, enquanto a Nike manteve e não tem do que se queixar em termos de retorno esportivo, visto que Bryant obteve conquistas importantes após o lamentável episódio. 
Os casos de adultério do golfista Tiger Woods lhe custaram a rescisão dos patrocínios da AT&T e da Accenture, já a Nike continuou e mesmo sem Woods estar conquistando resultados esportivos expressivos, a audiência de seus jogos tem sido muito grande. 
Muitos especialistas condenam a atitude da Nike, alegando que associar uma marca a atletas problemáticos é prejudicial à imagem, outros a defendem por acharem que a empresa não pode deixar sem assistência seus atletas numa hora ruim. 
É muito difícil opinar nesse caso, pois fazer juízo de valor sem conhecer detalhadamente os fatos que compõem cada situação denota irresponsabilidade e pouca inteligência.  
Contudo, a única convicção que tenho sobre esse assunto, é que considero um erro crasso deixar uma marca associada exclusivamente a uma pessoa, seja essa quem for.
Nesse ponto certamente a Nike não peca, pois se ficou em evidência através de atos ruins de alguns de seus patrocinados, também costuma ser muito bem representada por outros, tais como Roger Federer e Rafael Nadal.


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