Seria possível uma marca associada a esportes eminentemente masculinos como boxe e MMA (Mixed Martial Arts) estar presente no vestuário feminino?
Muitos podem num primeiro momento ter respondido que não, mas posso afirmar que sim.
Refiro-me à Everlast, marca tradicional de luvas, sapatilhas e calções de boxe, que aos poucos foi se transformando num símbolo de moda urbana.
Suas roupas e seus acessórios vestem pessoas sem a menor ligação com a “nobre arte”, como costuma ser chamado o boxe.
Mas engana-se quem acha que a Everlast foi criada para atender as demandas desse esporte.
Seu fundador, Jacob Golomb era um fabricante de roupas de natação, que insatisfeito com a durabilidade das peças resolveu desenvolver produtos que durariam por, pelo menos, um ano e dentro desse conceito batizou-as com o nome de Everlast, para assim se aproveitar do termo “ever” – para sempre.
O sucesso veio de tal forma, que em pouco tempo a empresa abriu sua primeira loja, na qual vendia produtos voltados à pratica de esportes, mas sem nenhuma espécie de segmentação.
Em 1917, a empresa desenvolveu um equipamento de proteção para cabeça a pedido do pugilista Jack Dempsey, que ao conquistar o título mundial de 1919 calçava luvas com a marca Everlast.
Daí em diante a maioria dos grandes nomes do pugilismo passaram a vestir Everlast.
Em 1960, a escolha pelo patrocínio a Mohammad Ali rendeu para a empresa uma popularidade até então inimaginável.
Ali, além de ser um pugilista excepcional, era extremamente carismático e atraía a atenção da mídia como nenhum outro atleta naquela época.
Não sei ao certo se tal escolha levou em consideração análises e estudos sobre atributos da marca e características de quem poderia endossá-la, muito provavelmente não, mas certamente foi uma escolha muito acertada.
Com o passar do tempo, a marca Everlast ficou de tal forma associada a sucesso, vitória e, naturalmente, qualidade/durabilidade dos produtos, que em 1983 iniciou o processo de licenciamento para outras categorias de produtos, fato que lhe confere hoje uma boa penetração na moda, inclusive com associações a estilistas consagrados.
Sem dúvida, um interessante case de licenciamento.
Não podemos, no entanto, nos esquecer que algumas marcas esportivas como adidas, Nike e Puma também transitam bem no segmento de moda urbana, a diferença é que nenhuma delas foi ou é associada a algum esporte que grande parte da opinião pública considere violento.
Por fim, vale registrar que no ano de seu centenário – 2010 - a Everlast lançou sua coleção com o nome de Mohammad Ali, um belo gesto de gratidão.
Ainda como forma de celebrar esse aniversário, foi lançada uma campanha com o nome “What do you fight for?” (pelo que você luta?).
Para cada post escrito no facebook da Everlast referente a essa pergunta, a empresa depositou US$ 1 para Fundação Dr. Theodore, que presta serviços a crianças necessitadas.
Um bom exemplo de ação que integra marca, posicionamento, ídolo e causa social.
Um bom exemplo de ação que integra marca, posicionamento, ídolo e causa social.
Grande Idel,
ResponderExcluirSempre dando uma acompanhada por aqui.
Grande abraço!
Savioli
adorei esse site
ResponderExcluird++++
Obrigado!
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