A cada edição dos Jogos Olímpicos constata-se um aumento da repressão ao chamado “ambush marketing” ou marketing de emboscada
http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/2010/06/marketing-de-emboscada.html
As empresas que não conseguem adquirir o direito de ser um dos patrocinadores dos Jogos tentam com grande criatividade marcar sua presença, fato que muitas vezes leva o espectador menos atento à confusão sobre quem são os verdadeiros patrocinadores do evento.
Particularmente sou contra essas iniciativas, mesmo reconhecendo que muitas delas são inteligentíssimas.
Será que as empresas que hoje praticam o marketing de emboscada ficariam impassíveis a essas práticas se estivessem na posição de patrocinador oficial?
Creio que não.
Entretanto, mais grave do que as ações de emboscada é a defesa que algumas pessoas e órgãos de imprensa fazem a esse respeito, chegando ao ponto de considerarem exagerada a repressão que o Comitê Organizador exerce para preservar os direitos de quem pagou pelo patrocínio.
Ora, se uma empresa - no caso o Comitê Olímpico Internacional - possui o direito a algumas propriedades - no caso todos os elementos referentes aos Jogos Olímpicos - e os comercializa para clientes - no caso os patrocinadores -, nada mais normal do que proteger todas as partes da operação.
Imagine que você leitor, adquira um terreno com vista para o mar e totalmente legalizado, no entanto outra pessoa por não ter conseguido comprar esse terreno, resolve por conta própria construir à frente de sua propriedade.
É correto? Há alguma justificativa para isso?
Evidentemente surgirão explicações quando o assunto chegar numa esfera judicial, algumas baseadas no desconhecimento, o famoso “eu não sabia”, outras com apelações do tipo “todo mundo faz”, e por fim, haverá ainda as que questionarão a coerência da lei.
Existe uma grande diferença entre aproveitar uma oportunidade e ser oportunista.
Não vejo problema no caso das empresas que se aproveitam de um evento para trabalhar sua marca e seu posicionamento de forma ética, isso na verdade já é feito pelos fornecedores de material esportivo quando vestem os atletas participantes com produtos que trazem suas marcas em relativo destaque.
No entanto, considero inadmissíveis as iniciativas que visam confundir os espectadores a respeito de quem são os verdadeiros patrocinadores do evento.
Seria muito melhor, não só para a preservação dos aspectos éticos, como também para fomentar o esporte, que essas empresas em vez de investirem no marketing de emboscada, investissem no patrocínio de atletas e confederações, dessa forma, obviamente com uma antecedência razoável, conseguiriam uma associação com o esporte muito mais benéfica.
Vale atentar que apesar do tema do texto ser sobre o marketing de emboscada, essa situação pode ser aplicada a qualquer situação onde os responsáveis não se dignem a cumprir leis e determinações.
PS: Com o intuito de não contribuir para a divulgação das empresas que apelam para o “ambush marketing”, não foi citado no artigo qualquer caso ocorrido em Londres 2012.
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