terça-feira, 14 de julho de 2015

Vale provocar?



A provocação entre empresas concorrentes, as quais usam as mídias como campo de batalha, já existe há bastante tempo embora muitos anunciantes prefiram não praticar.
No esporte, as provocações entre rivais começaram a se propagar com o crescimento das redes sociais, até porque, a situação financeira dos clubes não permite gastos recorrentes com a compra de mídia tradicional, ainda mais para conteúdo que não será revertido em receitas de curto prazo.

Quanto às “contendas” entre empresas, confesso ser favorável, ainda mais num momento em que a “briga” por atenção e audiência está cada vez mais severa, faço apenas ressalvas para que a “batalha” não seja extensa a ponto de comprometer o orçamento com ações, a partir de certo ponto, inócuas.
Já sobre a provocação entre clubes, tenho muitas dúvidas.

Vejo muitas pessoas, que respeito e admiro, defendendo esse tipo de ação. De fato, ela tem o poder de contagiar a torcida e “viralizar” através dos órgãos oficiais as brincadeiras e gozações já peculiares entre amigos que torçam para equipes rivais.
Além disso, a rivalidade é um fator importantíssimo para a atratividade do esporte sob o prisma de entretenimento, pois quando as provocações acontecem, mais pessoas, provavelmente, se engajarm no contra-ataque ou na defesa do tema da discussão.
Diante das vantagens enumeradas acima, pode parecer que a adoção dessa prática seja algo inquestionável, ainda mais para os profissionais que militam no marketing.
No entanto, apesar de concordar que o esporte necessita de um viés de entretenimento, tenho grande receio de que se percam, com essas provocações, os princípios que conferem nobreza à atividade.
Talvez o fato de ter praticado esporte desde a infância me deixe um pouco reticente às gozações pós-competições, e tenda a achar que atletas, dirigentes e entidades não devam fazê-las. Porém, prefiro não fechar a questão, pois reconheço minha “contaminação” pelos valores românticos do esporte.
Contudo, mesmo que eu venha a admitir que possa ser uma prática benéfica, - não há como não reconhecer que Cruzeiro e Atlético MG travaram uma disputa bem salutar nas mídias em 2013, conforme podemos ver ao lado - alerto para que haja cuidado na elaboração das gozações, pois certas incitações têm o poder de acirrar ânimos, gerar reações violentas e, consequentemente, afastar as pessoas dos estádios/arenas e até da modalidade.

Nessa linha, existem duas condições que jamais podem ser desprezadas:
- A paixão que os clubes despertam, com a qual não se deve exagerar nas brincadeiras;
- A liturgia do cargo, isto é, o comportamento que se espera de quem estiver ocupando posições de alta representatividade.
Daí a considerar que agressões gratuitas, acusações e provocações a jogadores e torcedores adversários não caem bem na boca de gestores capacitados, nem tampouco nas redes sociais oficiais quando se apela para aspectos pessoais, devendo assim ficar restritas aos torcedores.
E caso haja necessidade de responder a eventuais declarações mentirosas, como por exemplo, as feitas pelo ex-presidente da Lusa contra o Fluminense, que se busquem também a proteção das leis.








2 comentários:

  1. Esse anúncio da Pepsi é um grande exemplo de tiro no pé. Resposta fantastica da Coca!

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    1. Também achei excelente, respondeu sem agredir.
      Obrigado pelo comentário.

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