terça-feira, 3 de novembro de 2015

A educação e o esporte


Nike renova por US$ 200 milhões com a Universidade do Texas.

Essa manchete circulou em vários meios de comunicação no final de outubro, porém não sei se causou nos brasileiros o impacto merecido, isso porque, talvez poucos saibam o valor dos contratos que os clubes brasileiros têm com as empresas fornecedoras de material esportivo.
Ainda que o contrato seja de 15 anos, podemos afirmar que poucos clubes de futebol no Brasil recebem valores dessa ordem e, menos ainda, conseguem prazos tão longos de parceria.
Então como explicar que uma Universidade que disputa, mesmo que em diversas modalidades, apenas as competições da NCAA (National Collegiate Athletic Association) recebam mais do que grandes clubes brasileiros, sendo que muitos desses participam não apenas dos campeonatos brasileiro e regional, como também dos continentais.
Evidentemente, o grau de seriedade do esporte norte-americano e a economia mais forte poderiam explicar essa defasagem de investimento, porém, seria injusto não contemplar nessa relação de causas, o grau de atratividade das competições, principalmente em função do alto nível dos atletas.
Mas qual a razão que leva o nível dos atletas a ser tão alto assim, principalmente no esporte universitário?

Aqui chegamos ao tema que queria abordar: a busca pela educação.
O que ocorre é que lá o acesso ao ensino médio e ao fundamental é bastante acessível à população, enquanto que ao universitário, em função dos elevados valores, é mais restrito. Essa condição leva as famílias a incentivarem seus filhos a praticarem esportes desde cedo, de forma que as chances de obterem bolsas nas universidades sejam maiores.
Esse processo de formação e treinamento desde a base aumenta a quantidade de atletas e, consequentemente, a qualidade, fazendo assim com que o nível técnico das competições universitárias norte-americanas seja superior ao de muitos campeonatos nacionais.
Há também que se destacar que o esporte universitário dos EUA tem como forte ofensor o esporte profissional, que leva muitos atletas a abandonarem as universidades em busca de uma remuneração mais imediata. Mesmo assim, o nível da NCAA se mantém altíssimo.

E o Brasil? 
Bem, se formos traçar um paralelo entre os dois países, conseguiremos identificar uma certa similaridade de comportamento em relação aos pais que, preocupados com o futuro, se esforçam para que seus filhos se tornem "atletas".
A semelhança para por aqui! 
Enquanto nos EUA, os pais consideram o estudo como solução para o futuro, sendo o esporte uma mera ferramenta para se atingir esse objetivo, no Brasil, o esporte - ou melhor, o futebol – é visto como a solução, ficando o estudo relegado a planos inferiores.
O resultado dessa diferença de foco em relação ao estudo se manifesta no desenvolvimento da nação.
Claro que existem outras variáveis que levam a esse quadro, entre as quais estão as as condições socioeconômicas dos países e os respectivos modelos de política esportiva, já que no Brasil a formação esportiva se dá basicamente através dos clubes.
No entanto, é fundamental que estado e população se conscientizem da importância da educação e do esporte na sociedade, pois essa sinergia é fundamental para o futuro de qualquer país.





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