terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ídolos? Sim. Vencedores? Talvez...

 

Estar atento ao que acontece no mercado e procurar entender as relações de causas e efeitos dos cases de sucessos -  e também de fracassos - são exercícios que julgo fundamentais para qualquer gestor.
Um “produto” que considero bem interessante de ser analisado é o UFC, principalmente em função das recentes alternâncias de campeões.
Não vou me ater nas reflexões sobre as razões que têm levado a esse "rodízio", escrevi um artigo chamado “Chegar ou se manter” - http://halfen-mktsport.blogspot.com.br/2013/09/chegar-ou-se-manter.html - em setembro de 2013, que traz minha opinião a respeito.
O que quero discutir aqui são as consequências dos “breves reinados” dos campeões sob o prisma de marketing.
Se por um lado, o fator "competitividade" deixa as disputas mais eletrizantes - já que as chances de vitórias se tornam praticamente iguais - por outro, há o receio de não se criar “ídolos” na modalidade, pois os “reinados” passam a ser efêmeros.
Discutir o que é melhor sob o ponto de vista de marketing não me parece razoável, visto que os resultados das competições são, ou deveriam ser, variáveis incontroláveis para os gestores.
Ao meu ver, existem duas formas para os gestores, nesse caso, deixarem o produto atrativo:
A primeira, seria posicionar a competição de maneira que a presença do ídolo tivesse um peso menor na composição do produto, ou seja, deveriam minimizar a importância desse ingrediente, valorizando fatores como a “maior competitividade”, a distribuição (realizá-las em vários países) e demais atributos controláveis que interfiram na atratividade, isso sem falar nas promoções dos combates através de revanches e criação de rivalidades.
A segunda trabalharia o posicionamento dos lutadores, considerando e focando as características pessoais dos atletas, fazendo assim com que a invencibilidade e o favoritismo, por exemplo, tenham um peso relativamente menor. 
A história do esporte nos mostra inúmeros casos de atletas e equipes com ótimos resultados esportivos que tiveram destaque menor do que outros com piores resultados.
Como podemos constatar, o trabalho de posicionamento é de fundamental importância para a gestão de marketing, pois esse tem a capacidade de inserir “características” que darão longevidade e "personalidade" à marca ou produto, que o desempenho puro e simples não é suficiente.
Esse trabalho, se bem feito, propicia ainda maiores oportunidades para a obtenção de patrocínios.

Ainda sobre o UFC, vale comentar a resolução que começou a valer em 2015, a qual padroniza os uniformes dos atletas banindo desses os patrocínios individuais.
Apesar das reclamações, as quais reconheço como procedentes visto que diminui num primeiro momento as receitas da maioria dos lutadores, há que se considerar que em diversas outras modalidades, o atleta não expõe nos locais de treinos e competições seus patrocínios individuais, e nem por isso deixa de auferir rendas.
Penso que tal resolução contribui para que o marketing, como sempre deveria acontecer, priorize as ações ligadas à associação da marca ao invés da mera exposição e aqui voltamos à importância do trabalho de posicionamento.




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