Entre as inúmeras variáveis para se avaliar um profissional, existe uma que costuma esclarecer muito a respeito da pessoa com quem estamos lidando, essa não se refere à facilidade de comunicação, raciocínio lógico, conhecimento técnico ou demais valências que costumam ser investigadas num processo seletivo. Refiro-me à educação, e não se trata aqui da educação formal, tampouco de etiqueta, ambas também valorizadas. Falo da educação social, aquela que se adquire em casa, desde os mais tenros tempos.
Uma das melhores formas de avaliá-la é observando o comportamento em relação ao retorno de uma ligação ou de uma mensagem.
Não me refiro aqui às mensagens de spam ou ligações de telemarketing, aliás, os próprios remetentes e as células de call center ativo já contemplam um elevado índice de abordagens sem sucesso em suas campanhas. Porém, quando se trata de um contato pessoal/individual, fica difícil encontrar explicações para a atitude, ou não.
Nem vou entrar no mérito do tempo de demora para os retornos e respostas, pois apesar de achar que esses deveriam ocorrer num prazo máximo de 24 horas, entendo que as atribuições do dia-a-dia e a elevada carga de trabalho, o que inclui receber e responder mensagens, fazem com que o tempo fique cada vez mais escasso, sem contar que muitas vezes se deixa para responder mais tarde e o esquecimento acontece.
Corrobora para a tese de que a “não resposta” está relacionada à falta de educação social, a observação dessas pessoas em outras ocasiões, tais como refeições, reuniões e eventos sociais.
A outra possível causa para essa atitude pouco gentil poderia estar relacionada à personalidade, digamos, interesseira, dessas pessoas, ou seja, só respondem àquilo que possa lhe trazer um benefício futuro. É uma possibilidade, sem dúvida, todavia, denota falta de inteligência, pois o julgamento acerca do interesse de algo deve sempre ultrapassar o curto prazo.
Sobre isso, vale narrar um episódio que ocorreu recentemente acerca de uma consulta que me fizeram sobre um profissional com quem eu já tinha trabalhado e que, por uma dessas coincidências do destino, concorria para uma posição de alta responsabilidade numa organização multinacional cujo representante dos acionistas me conhecia. Mais coincidência ainda tinha sido o fato de que pouco tempo antes da consulta, havia eu tentado contato algumas vezes com o tal candidato, que não respondeu nenhuma das tentativas, fato que junto com os elogios sobre a sua capacidade foi relatado ao representante dos acionistas.
Soube depois que o citado cidadão foi preterido, pois a empresa que o estava entrevistando não tolera atitudes relacionadas à má conduta social, entre as quais, obviamente está incluída a falta de retorno nos contatos.
O exemplo que ilustra o raciocínio foi extraído de forma proposital do ambiente corporativo, isso porque no esporte a incidência desse tipo de postura é ainda bem frequente e sem grandes consequências, o que pode ocorrer devido ao costume com esse tipo de atitude, no entanto, esse tipo de hábito, assim como o de chegar atrasado aos compromissos, tem feito com que eventuais patrocinadores não enxerguem nos potenciais patrocinados a devida credibilidade para investirem suas verbas de marketing.
Falta de visão de longo prazo/inteligência? Falta de educação social? Todas as respostas anteriores?
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