Quando algum jogo
apresenta uma baixa presença de público as discussões sobre as causas giram em
torno do preço dos ingressos, do calendário, do horário, da crise econômica, do
mau momento do time, da concorrência de outras atividades, da transmissão pela
TV, etc. Todas essas razões, sem dúvida, contribuem para o afastamento do
público.
De forma proposital
não adicionei a violência à relação de causas citadas, e não o fiz por entender
ser essa uma variável que envolve muito mais do que ajustes mercadológicos,
econômicos ou técnicos. Envolve uma forte política voltada à educação, elaboração
de leis severas e um poder judiciário competente que puna com o máximo de rigor
àqueles que covardemente se utilizam da violência para depredar patrimônios e saquear ambulantes que tentam subsistir vendendo produtos para
os que ali estão para se divertir.
Os incidentes
ocorridos no jogo final da Copa Sul-americana de 2017 deixaram evidente o
processo de degradação da sociedade e as índoles perversas dos marginais.
Isso mesmo, não passam de marginais, e para esses nem vou entrar no mérito de explicar que suas ações afastam público, patrocinadores e interesse da mídia. Idiotas que são não iriam entender, mas para os leitores vale desenvolver
o assunto dentro dessas três linhas de receitas citadas acima.
Em relação à não ida
ao estádio, a explicação é óbvia: ninguém quer estar numa zona de risco, porém
há algo ainda pior, que é o fato de que ao se afastar as famílias se afasta as
crianças, o que inibe a renovação da torcida e de fãs da modalidade.
Sobre patrocínio,
a história nos mostra algumas situações de empresas que preferiram ficar fora
do futebol após verem suas marcas serem expostas não apenas nos editorias
esportivos, mas também nas páginas policiais com elementos sendo presos ou
brigando de forma covarde. É importante lembrar que a decisão de um patrocínio,
por mas evidências de retorno que possam existir, é discutida e questionada frequentemente
pelos demais membros do board de uma corporação, sendo que qualquer incidente
negativo fortalece a ala que é contra a iniciativa.
Quanto às receitas advindas da mídia é importante entender que essas se formam através do que as emissoras arrecadam com as vendas dos patrocínios das transmissões aos anunciantes, os quais, além de audiência querem ver suas marcas associadas a
algo bom.
Pode até ser que a audiência não sofra muito impacto em um primeiro momento,
ainda que a concorrência com outras formas de entretenimento esteja crescendo, porém,
com o processo de formação de novos torcedores sendo prejudicado, conforme
escrito anteriormente, é de se esperar que no futuro a queda na audiência ocorra. Além
disso, a possibilidade de despertar o interesse e transmitir os jogos para o mercado externo, o que aumentaria a audiência, também se torna improvável.
Tal quadro pode levar naturalmente a um menor interesse dos anunciantes por esse tipo de entretenimento, o que afetaria sobremaneira os clubes de futebol.
Tal quadro pode levar naturalmente a um menor interesse dos anunciantes por esse tipo de entretenimento, o que afetaria sobremaneira os clubes de futebol.
Diante dessas reflexões, creio que o título do artigo se enquadre perfeitamente aos marginais que
causam o mal ao esporte.
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