Quem ousar a responder a pergunta que dá título ao artigo com simples “sim ou não” já começa incorrendo no erro de não perguntar para que? E mesmo tendo esta resposta, pode haver também a dúvida acerca da quantidade de diplomas.
Pelo que temos visto, a busca por empregabilidade e melhores salários têm feito com que as pessoas procurem de alguma forma se diferenciarem através de cursos e diplomas. Não há como generalizar se essa ação tem como causa uma possível ociosidade ou se se trata de um investimento visando melhores condições no longo prazo.
Outra indagação pertinente ao fato diz respeito à efetividade dos cursos. O que está sendo “aprendido” será efetivamente utilizado? E em que proporção?
Claro que aprender é ótimo, mas há a necessidade de isso acontecer através de vários cursos? A vida corporativa não poderia ser considerada uma escola? Difícil responder, até porque nem todas as empresas são adequadas a título de aprendizado, todavia, nem toda carga horária dos cursos são dedicadas ao ensinamento de matérias úteis para a vida profissional.
Esse antagonismo também se manifesta quando vemos profissionais bastante teóricos e outros que nada dominam de teoria.
Devemos acrescentar aqui como ponto positivo para os que concluem dezenas de cursos, os aspectos relacionados à resiliência e à disciplina, embora, por outro lado, estejam isentos da pressão por resultados que dependam de outras áreas e não corram riscos quanto à manutenção dos empregos.
Não chegaremos aqui a nenhuma conclusão quanto ao melhor caminho a ser seguido, mesmo porque há executivos que preferem contratar aqueles que têm experiência prática, enquanto outros optam pelos portadores de bons e bonitos diplomas.
Contudo, mesmo sem essa garantia de empregabilidade, os cursos e os candidatos a eles proliferam, e o pior: transformou-se em algo que beira às raias do absurdo na medida em que os currículos passam a ter como conteúdo menos experiência profissional e mais diplomas, sendo que muitos desses “supostos” diplomas nem reais são.
Sim! A todo o momento tomamos ciência de pessoas que, sem terem concluído ou sequer terem feito algum curso, são desmascaradas publicamente. Muitas dessas, bem preparadas, mas que deixam a vaidade ou a busca paranoica por melhores funções pautarem suas condutas. Ressalte-se aqui que o termo bem preparado tem relação com as competências técnicas, visto que as comportamentais desses são horrorosas, afinal, como confiar em alguém que adiciona informações mentirosas às suas qualificações/ apresentações.
Costumo dizer que um currículo tem efeito similar ao de uma embalagem de produtos de consumo. Precisa ter atratividade, destaque aos pontos que sejam de interesse do público-alvo e informações verídicas. Sendo esse último, o único desses três pontos cujo controle pertence na totalidade ao candidato.
Muito bom Idel! Você tocou num ponto importante em relação aos cursos,pois muitos são cuidadosos e possuem professores que vivem o mercado, enquanto a maioria apresenta um vasto elenco de superficialidades e o diplomado sai "sabendo muito de nada".
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário.
ExcluirConcordo com ele.