Em um intervalo curto
de tempo, pelo menos três atletas de destaque internacional – a tenista Naomi
Osaka, a ginasta Simone Biles e o surfista Gabriel Medina -, todos participantes
de esportes essencialmente individuais, tomaram a decisão de “dar um tempo”
das competições para tratarem da saúde
mental.
Responsabilizar os tempos modernos pela aparente maior incidência de tais fatos pode ser simplório demais, ainda que as redes sociais deixem as pessoas mais vulneráveis a críticas e ataques públicos.
Diante da complexidade do diagnóstico e da ignorância confessa do autor acerca do assunto, não iremos por esse caminho, tampouco julgaremos quem quer que seja pelos atos pautados nas aflições psicológicas.
Contudo, acreditamos que haja espaço para discutir as consequências desses atos no ambiente esportivo e até de traçar parâmetros com o mercado corporativo.
Em qualquer carreira, as responsabilidades vão sendo incorporadas às rotinas dos executivos na medida em que eles galguem posições, lembrando que tais desenvolvimentos costumam ser função dos bons desempenhos ao longo do tempo. Maiores responsabilidades se traduzem em promoções e melhores remunerações, mas também em cobranças e necessidade de mais dedicação, o que deixa os momentos de lazer com amigos e família mais raros. A opção de recusar os benefícios advindos do sucesso geralmente fica descartada ou ocultada pelas perspectivas de crescimento.
Achar que o sucesso compreende apenas benesses se constitui num enorme equívoco, sendo natural que as pressões sejam cada vez mais fortes, aliás, uma das razões para se destacar positivamente em qualquer profissão é justamente lidar bem com as pressões. Nessa hora muitos não aguentam, levando-os à queda de produção e/ou à procura de um “porto seguro”, que pode ser o próprio afastamento da profissão.
E como ficam os patrocinadores dos atletas que sofrem com a saúde mental? Por mais que a performance seja, na maioria das vezes, o objetivo do investimento, não é interessante ter algum de seus atletas fora do cenário competitivo. Obviamente, cabe a todos, inclusive aos patrocinadores, entender e apoiar, afinal, trata-se de um problema que, se não remediado, pode levar a consequências seríssimas.
Todavia, assim como acontece nos processos para recrutamento e promoção de executivos, seria interessante analisar os aspectos emocionais dos potenciais patrocinados e, dessa forma, se antecipar aos eventuais problemas, ou mesmo, ponderar quais as características requisitadas e toleráveis para aqueles que representarão suas marcas.
Evidentemente que não é algo de fácil predição, mas diante da incidência de casos, principalmente entre os grandes ídolos do esporte, faz-se necessário dar mais atenção a todos os aspectos que compreendem o perfil psicológico dos atletas e elaborar acordos que contemplem planos contingenciais para eventuais problemas.
Responsabilizar os tempos modernos pela aparente maior incidência de tais fatos pode ser simplório demais, ainda que as redes sociais deixem as pessoas mais vulneráveis a críticas e ataques públicos.
Diante da complexidade do diagnóstico e da ignorância confessa do autor acerca do assunto, não iremos por esse caminho, tampouco julgaremos quem quer que seja pelos atos pautados nas aflições psicológicas.
Contudo, acreditamos que haja espaço para discutir as consequências desses atos no ambiente esportivo e até de traçar parâmetros com o mercado corporativo.
Em qualquer carreira, as responsabilidades vão sendo incorporadas às rotinas dos executivos na medida em que eles galguem posições, lembrando que tais desenvolvimentos costumam ser função dos bons desempenhos ao longo do tempo. Maiores responsabilidades se traduzem em promoções e melhores remunerações, mas também em cobranças e necessidade de mais dedicação, o que deixa os momentos de lazer com amigos e família mais raros. A opção de recusar os benefícios advindos do sucesso geralmente fica descartada ou ocultada pelas perspectivas de crescimento.
Achar que o sucesso compreende apenas benesses se constitui num enorme equívoco, sendo natural que as pressões sejam cada vez mais fortes, aliás, uma das razões para se destacar positivamente em qualquer profissão é justamente lidar bem com as pressões. Nessa hora muitos não aguentam, levando-os à queda de produção e/ou à procura de um “porto seguro”, que pode ser o próprio afastamento da profissão.
E como ficam os patrocinadores dos atletas que sofrem com a saúde mental? Por mais que a performance seja, na maioria das vezes, o objetivo do investimento, não é interessante ter algum de seus atletas fora do cenário competitivo. Obviamente, cabe a todos, inclusive aos patrocinadores, entender e apoiar, afinal, trata-se de um problema que, se não remediado, pode levar a consequências seríssimas.
Todavia, assim como acontece nos processos para recrutamento e promoção de executivos, seria interessante analisar os aspectos emocionais dos potenciais patrocinados e, dessa forma, se antecipar aos eventuais problemas, ou mesmo, ponderar quais as características requisitadas e toleráveis para aqueles que representarão suas marcas.
Evidentemente que não é algo de fácil predição, mas diante da incidência de casos, principalmente entre os grandes ídolos do esporte, faz-se necessário dar mais atenção a todos os aspectos que compreendem o perfil psicológico dos atletas e elaborar acordos que contemplem planos contingenciais para eventuais problemas.
Excelente texto! Muito obrigado Idel.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário
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