terça-feira, 22 de outubro de 2024

O marketing, o socialismo e a preguiça

Que título sem nexo! 
Reconheço, que sim, afinal qual a relação entre as três palavras?
Aparentemente, nenhuma! Mas se indagarmos as pessoas a respeito do que entendem por marketing e por socialismo, as chances de haver um contingente extremamente significativo de explicações erradas são enormes. Aliás, poderíamos incluir nessa lista o capitalismo, o planejamento estratégico e alguns outros, o que não foi feito para não deixar o título ainda mais extenso.
Tá, e daí? As pessoas são obrigadas a saber sobre tudo? Evidentemente que não, o problema se dá quando usam essas palavras e conceitos de forma equivocada como se fossem experts nos assuntos, construindo “verdades” que só servem para a disseminação da ignorância.
Marketing há anos tem sido sinônimo de “propaganda”, de “aparecer” a qualquer custo e até de enganar o consumidor. Percepção que vai desde cidadãos comuns até gestores, pasmem! A propósito, a quantidade de executivos que confundem o marketing com divulgação é assustadora, isso para não dizer, desmotivadora.
E planejamento estratégico? Aqui a falta de entendimento acerca da diferença entre estratégia e tática beira o constrangimento. Particularmente, tive o desprazer de participar de apresentações, nas quais um “CEO” discorreu horas, municiado de avançadas ferramentas audiovisuais, sobre o planejamento estratégico da empresa, quando, na verdade, mostrava um plano de ação - imaginem o que aconteceu com a empresa.
Deixando o lado corporativo e partindo para o socialismo/capitalismo, a situação quanto ao entendimento é ainda pior, pois, através da influência das redes sociais e da ignorância que tem a generalização como aliada, se imputam uma série de questões que nada têm a ver com os respectivos regimes econômicos e políticos. O que deveria se restringir às discussões sobre a propriedade dos meios de produção, distribuição de recursos e organização da sociedade, se perde na inclusão exacerbada das pautas de costumes e dos conceitos utópicos de justiça e de meritocracia. 
Nesse processo generalizam e demonizam o lado oposto, inclusive com adjetivos que não guardam relação com o contexto, como se fosse possível introduzir algum regime de forma totalmente pura, isto é, sem se utilizar de conceitos da outra parte. Excluem da linha de raciocínio o dinamismo e a evolução da sociedade, os quais deixam as devidas teses originais obsoletas, mas, ainda assim, proferem baboseiras defendendo ou atacando alguma das ideologias.
E a preguiça? Bem, ela entra nessa relação por ser a responsável pela perenidade da ignorância daqueles que, em busca da oportunidade de opinar, optam por mostrar desconhecimento, enveredando para o debate sobre costumes, o qual não demanda tanto estudo quanto as teorias econômicas. Além do que, as eventuais interações entre comportamento e economia não são lineares e variam em função dos momentos históricos e das características da sociedade, o que deixa a discussão ainda mais complexa, favorecendo a preguiça.




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