A grande razão para a existência de nomes e marcas é a
necessidade de diferenciação e identificação de produtos, empresas e, logicamente, de pessoas.
Os nomes, por mais
estranhos que possam parecer ao serem vistos ou ouvidos numa primeira vez, acabam
sendo incorporados ao vocabulário e ao cotidiano das pessoas.
Entretanto, a criação desses é algo extremamente complicado,
afinal trata-se de uma decisão que implicará em consequências quase que eternas, o que faz com que os gestores de marcas e produtos precisem avaliar diversas possibilidades
de nomes e de conceitos que nortearão a escolha.
Que tal ir pela linha de fácil lembrança ou quem sabe de fácil
pronúncia?
Não seria melhor um nome que já descrevesse o produto ou ao
menos remetesse a ele? E se optarmos por um nome bem original?
Tais dúvidas e diálogos permeiam a maioria das discussões a
respeito.
Baseados nessas argumentações, os nomes podem ser criados
sob os mais variados critérios, como por exemplo:
Nomes inventados – são aqueles que não guardam relação direta entre
o significado da palavra e o produto ou empresa.
A marca Rolex não tem nenhum significado e foi criada por
reproduzir, segundo o fundador, o som de um relógio ao se dar corda, além
disso, é um nome curto e de fácil pronúncia.
A marca de sabão em pó Omo é uma abreviatura de Old Mother
Owl (velha mãe coruja) e teve o intuito de representar o zelo de uma mãe e
estendê-lo ao cuidado com a higiene.
No esporte, o nome Nike teve origem na Deusa grega da vitória
Niké , Adidas é uma junção do apelido
com o sobrenome do fundador, Adi (apelido de Adolf) Dasler, enquanto Asics é
formada pelas iniciais de Anima Sana in Corpore Sano (mente sã em corpo são).
Nomes sugestivos – são os que sugerem algum uso ou atributo
do produto ou empresa.
A marca Lux remete a algo luxuoso, a Kibon passa a impressão
de qualidade, a Sadia de produtos saudáveis e as lojas ampm de estarem abertas 24h
por dia.
Voltando ao nosso segmento, temos a Speedo, que passa o
conceito de velocidade, a Timex de tempo e a Powerbar de energia.
Particularmente, penso que o tempo despendido em discussões
a respeito de nomes é desproporcionalmente maior do que os benefícios
auferidos.
Creio que o foco dessa escolha deva se restringir aos seguintes pontos:
- Não ter o nome parecido com o concorrente
- Não ser igual ao de um produto que tenha uma aplicação muito diferente e distorcida, tal como um inseticida e um biscoito, por exemplo.
- Ser fácil de pronunciar ou que não gere pronúncias diferentes, pois nesse caso os custos com comunicação seriam maiores para evitar que um mesmo produto receba denominações diferentes.
- Não ser muito grande
- Não ter nenhuma conotação nociva. Esse cuidado deve ser redobrado quando o produto é comercializado em outros países que não sejam o de origem, sobre essa condição vale contar alguns casos.
A Estée Lauder, marca de cosmético, quando foi lançar na Alemanha a
linha de maquiagem Country Mist descobriu que naquele país "mist" não tinha
o significado de vapor d´água e sim de estrume, o que fez o produto ter o nome
alterado para Country Moist (úmido) na região.
A Reebok também teve problemas ao lançar um tênis denominado
Incubus, nome que na mitologia grega significa o demônio que se apodera do corpo
das mulheres para fazerem sexo enquanto dormem.
Há ainda o caso da Umbro que batizou um modelo de tênis de Zyklon, mesmo nome do gás letal utilizado nos campos de concentração nazistas na
2ª guerra mundial.
Em resumo, creio que o foco da escolha deva estar muito mais voltado à proteção contra eventuais
problemas do que propriamente com a atratividade ou mesmo significado positivo que o nome
possa ter, até porque, os atributos que posicionam o produto se encarregarão de
dar a devida divulgação aos mesmos.
Excelente artigo Idel, bem interessante. O que me intrigou foi a razao pela qual Reebok e Umbro lancaram nomes com signifi cados tao bizarros para seus tenis. Entendo perfeitamente o caso da Estee Lauder, pois a traducao para o alemao a atrapalhou. Um caso similar a este e o da Brahma nos paises centro americanos, que devido a um significado 'nocivo' (la a palavra Brahma significa o sexo dos animais) a Ambev teve que mudar o nome para Brahva. Nos casos da Reebok e da Umbro não me parece que essas palavras tenham algum significado alem dessas origens citadas. Sera? Abracos
ResponderExcluirMuito obrigado, Mario
ResponderExcluirBom questionamento!
Sei que existe uma banda norueguesa chamada Zyklon e outra americana chamada Incubus, mas também não tenho como precisar saber qual foi a inspiração para tais decisões.
Independentemente das justificativas para a escolha dos nomes, não há como negar a falta de atenção e cuidado dos responsáveis pela escolha.
Abraços
Idel
Olá Idel!
ResponderExcluirEssas histórias sobre os nomes das empresas são bem interessantes!
Há algum tempo, soube de um caso que não conhecia...não sei se você conhece. A marca Esso vem de SO, que significa Standard Oil (óleo padrão) e por este motivo foi proibida de ser utilizada nos EUA, onde passou-se a adotar a marca Exxon.
Você comentou sobre a Adidas e me lembrei da história da briga do Adi com o irmão, que acabou por fundar a Puma, que li recentemente no livro "Family Wars". Não sei se você já postou sobre o assunto...
Grande abraço e ST
Diogo Leuzinger
Oi Diogo
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
Não conhecia a história da marca Esso, legal para enriquecer o post.
Ainda não postei nada sobre o assunto, mas a dica é boa.
Abraço e ST
Muito bom.
ResponderExcluirObrigado, André!
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