Antes de dar minha opinião sobre o tema, é importante que fique bastante claro o objetivo de se ter uma 3ª camisa, o
qual nada tem a ver com a possibilidade do uniforme ficar diferente em relação ao do adversário em alguma partida, pois para isso cada clube tem dois uniformes, o da camisa #1, também
chamada de home, usada nos jogos em que o time tem o mando de campo e o da camisa #2, chamada de away para os jogos fora.
O objetivo da #3 é poder oferecer ao torcedor mais um produto do clube, e esse, por sua vez, obter uma receita maior através das vendas, além, é claro, de fortalecer a marca através da frequência do uso.
Dentro dessa
premissa, respeito, mas não vejo muito coerência nos pleitos dos “tradicionalistas”,
afinal de contas, receitas bem planejadas são importantes para qualquer clube. Evidentemente, a preocupação em relação à utilização de cores que remetam a rivais históricos,
faz total sentido, porém, a título de exemplo, no caso do Fluminense essa
possibilidade está totalmente descartada em função do que prevê o estatuto.
Os próprios
responsáveis pela aprovação divergem em relação à estética, porém o foco maior
dos decisores deve se dar na esfera mercadológica, ou seja, se o modelo tem ou não
potencial de venda.
Sendo que
essa venda é bastante sensível à quantidade de jogos que o time faz com a camisa, pois quanto maior a exposição -
inclusive pela TV - maior será a possibilidade de os torcedores tomarem
conhecimento do novo produto, o que é um passo importante no processo de
aquisição.
Deriva dessa
condição, uma decisão extremamente difícil, que é a data da estreia da nova
camisa, o ideal é que seja num jogo com transmissão nacional pela TV e
contra um adversário mais fraco, já que uma derrota pode dar à camisa uma fama
de “sem sorte” e fazer com que os jogadores pressionem para ela ser pouco ou não mais usada.
Outro fator
que influencia fortemente a demanda é o momento do clube, se o time estiver
bem, o torcedor irá comprar todo e qualquer produto com a marca do seu time que estiver ao alcance de suas possibilidades, ao
passo que a recíproca é verdadeira.
Como podemos
ver, o fator “beleza” pouco influencia no consumo das camisas, costumo até
brincar dizendo que torcedor não compra camisa para combinar com a calça ou com
qualquer outra peça do vestuário.
Quadro que até poderia vir a ser diferente caso o produto fosse distribuído em larga escala no mercado externo, onde os torcedores compram camisas de times estrangeiros para suas coleções em função da estética, não importando a simpatia pelo clube.
Quadro que até poderia vir a ser diferente caso o produto fosse distribuído em larga escala no mercado externo, onde os torcedores compram camisas de times estrangeiros para suas coleções em função da estética, não importando a simpatia pelo clube.
Situação
similar encontramos no Brasil, onde podemos ver pessoas um dia com a camisa do
Real Madrid e no outro com a do rival Barcelona.
Voltando mais
uma vez ao Fluminense, as terceiras camisas grená e laranja
obtiveram vendas excelentes, caminho que começa a ser trilhado pela verde. São números, de fato, bastante expressivos, mas incapazes de deixar os uniformes imunes às críticas.
Diante do que foi exposto, concluo com a opinião de que a camisa #3 deva ser bastante ousada, e que jamais tenha qualquer cor ou característica que possa remeter às dos tradicionais rivais, contudo, tenho plena convicção de que, mesmo cumprindo essas condições, o sucesso pleno só existirá se o desenvolvimento do produto e o planejamento de lançamento forem embasados por rígidos critérios mercadológicos.
O autor, um renomado experto em marketing esportivo, teria mais facilidade em praticar sua respeitada teoria se ao invés de usar como exemplo as cores do Fluminense, tivesse usado as cores rubro-negras do mais querido.
ResponderExcluirGrato pelo comentário, mas discordo da sugestão.
ResponderExcluirST