A mais recente ampliação do contrato entre a Confederação Brasileira de Voleibol e o Banco do Brasil contemplou o direito à nominação (title sponsor) da Superliga, principal competição da modalidade no país.
Vinte e quatro novos pisos foram comprados, todos nas cores da marca – amarelo e azul – fato que deixará todas as competições nacionais de voleibol com esse “cenário”.
Já na estreia do novo piso, as opiniões nas redes sociais ficaram divididas. Alguns elogiaram a mudança, enquanto outros a criticaram alegando que a visibilidade ficou prejudicada. Há ainda os atletas que se queixaram do material do piso, tanto pela maior "aspereza" como pelo fato de não propiciar uma boa visibilidade dos trechos que estejam molhados, o que aumenta o risco de escorregões e quedas.
Creio que tenham ocorrido testes acerca desses fatores, de forma que as eventuais críticas sejam fruto do impacto inicial da mudança, ou melhor, da falta de costume. Trazendo para o ambiente de varejo, é muito comum se dizer que faltam produtos em um supermercado que está sendo visitado pela primeira vez, visto o desconhecimento daquele layout.
No que tange ao marketing, as discussões também aconteceram, tendo aqui como tema a preocupação com o aumento da associação da marca à modalidade, que tem o banco como patrocinador desde 1991.
Vale citar que o Banco do Brasil tem sido um ótimo exemplo de como utilizar o esporte como ferramenta de marketing, visto trabalhar não apenas a exposição, mas também a ativação e a associação da marca.
Voltando à preocupação emanada pelos que criticaram a ação, concordo que, conceitualmente, a associação deixa a confederação fragilizada para a busca de novos patrocinadores, pois, esses ao conviverem no mesmo espaço que o banco não serão tão percebidos. No caso de uma eventual rescisão na relação com o Banco do Brasil, haverá certamente uma demora maior para que um novo patrocinador venha a conquistar um recall expressivo.
No passado, receosos dessa “dependência”, houve até uma tentativa de se mudar as cores dos uniformes da seleção. O do masculino seria preto e o do feminino teria o rosa como cor principal, proposta que não foi adiante.
Todavia, no caso do piso, achei a iniciativa excelente, pois, se criou uma nova propriedade de alto impacto visual, que pode ser alterada para outras cores, cores até de outro patrocinador.
Se foi um movimento estratégico ou fruto de uma mera negociação comercial e suas contrapartidas é difícil precisar, mas há que se reconhecer que ambas as partes ganharão com a iniciativa. O patrocinador conseguirá fixar ainda mais a sua marca de forma elegante, sem poluição, ao passo que o patrocinado ganhará uma nova propriedade para seu portfólio, a qual tende a ser valorizada, tamanha sua visibilidade, além dos comentários que estão sendo gerados.
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