terça-feira, 1 de junho de 2021

Quem deve se vacinar?

Para que não haja nenhuma expectativa frustrada com o título do artigo, alertamos que o blog, mesmo a favor da vacinação, não tem por intuito recomendá-la, muito menos desaconselhá-la por entender que apenas a classe médica está capacitada para prescrever tratamentos e medicamentos no que tange à saúde.
A ideia do artigo é discutir como algumas organizações esportivas estão lidando com a vacinação, devendo ser ressalvado que qualquer tipo de análise comparativa precisa considerar o cenário de oferta de vacinas.
Assistir pela televisão competições sem público trouxe certamente um forte impacto inicial, o qual certamente se refletiu nos atletas e até em resultados. Por mais que estejamos nos acostumando às condições e que medidas paliativas para minimizar os efeitos do deserto de espectadores venham ocorrendo, a busca sempre será pela volta à normalidade - sem adjetivações lacradoras, afinal normal é normal.
O caminho é lento e não há espaço para ansiedade, a retomada segura precisa contemplar a taxa de imunizados da população, a estrutura de fiscalização e as determinações das autoridades de saúde.
Querer simplesmente definir um percentual de público e esperar que algum isolamento seja cumprido é muito pouco para quem entende que a vida das pessoas está acima de interesses econômicos, mesmo reconhecendo que a economia tem influencia fundamental na vida. Contudo, por mais difícil que venha a ser uma recuperação econômica, ela só será possível se houver vidas, sendo a recíproca falsa.
Diante desse contexto, as marcas que patrocinam o esporte precisam se posicionar a favor desta, digamos, “responsabilidade social”, e encampar a defesa da vida não apenas através da doação de materiais úteis durante a pandemia, mas também através de ações que respaldem as determinações das autoridades sanitárias.
Agindo dessa forma, as empresas têm muito a ganhar em termos de construção de imagem, e para isso precisam ser bastante criteriosas nas escolhas do que e quem patrocinar. A propósito, seria importante para a imagem dos “patrocináveis” serem seletivos também em relação a quem aceitam como patrocinador.
Outro tema que traz subsídio para nossa discussão é a iniciativa do Comitê Olímpico Internacional em doar vacinas para os participantes dos Jogos de Tokyo. Uma medida, no meu modo de ver, importante para o esporte e consequentemente para a sociedade como um todo.
Os Jogos Olímpicos são, sem a menor sombra de dúvida, um forte incentivador da indústria do esporte e da própria prática esportiva, visto inspirar a população, aliás, tal inspiração se reflete nos demais valores associados ao olimpismo – amizade, solidariedade e fair-play, entre outros.
As críticas à medida se voltam à priorização concedida às pessoas saudáveis em detrimento a outras que, em tese, precisam mais. Não há como negar a coerência da crítica, só precisamos lembrar que a quantidade de “beneficiados” não é tão significativa, e que os respectivos países receberão o dobro das doses dedicadas ao contingente de atletas.
A conclusão que podemos tirar do que vem acontecendo com o esporte, é que ele tem tudo para se consolidar com uma atividade exemplar no que diz respeito ao zelo à vida das pessoas, inclusive formando melhores cidadãos, cabem às marcas se conscientizarem desse papel e se associarem a ele.



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