terça-feira, 9 de novembro de 2021

A TV aberta é o futuro?

 
Sim, o título é polêmico. Vai contra todas as previsões de mudança no mundo das transmissões, no qual as TV’s por assinatura já fazem parte da realidade, o pay-per-view vai sendo absorvido e o streaming, assim que se ajuste, será incorporado ao universo de parte significativa da população.
Diante dessa constatação, o que motiva alguém a colocar um título tão desconexo da realidade?
Pois bem, o futuro a que se refere o título diz respeito à categoria futebol nacional e à formação de torcedores.
Por mais que a quantidade de opções de conteúdo aumente de forma exponencial, assistir aos jogos de futebol em companhia dos familiares e amigos ainda é uma forma de resgatar a coletividade tão abalada pelas telas individuais. 
Sem tais eventos, principalmente em um cenário onde a ida aos estádios ainda não está tão fácil, a formação do novo torcedor fica prejudicada. As crianças ficam sem a oportunidade de ver os pais se "emocionarem" diante da TV, o que, de alguma forma, influencia na opção de seguir aquele esporte e o time da família.
Sem a TV aberta, os pais muito provavelmente optarão por algumas das milhares de alternativas de entretenimento, o mesmo acontecendo com o filho.
Ah, mas torcedor que é torcedor vai assinar os pacotes que contemplam os jogos dos seus times, poderão argumentar os que são contrário ao racional do presente artigo. Ainda que o raciocínio seja coerente, não se pode ignorar que mais uma despesa pode não ser economicamente viável para muitas famílias.
Isso sem contar que o momento do time é um forte fator de fidelização do pay-per-view, o que, aliás, também acontece com o sócio futebol.
Não cabe discutir aqui o fato de que os torcedores são parte das fontes de receitas dos clubes, isso é óbvio, porém, não se deve desprezar a discussão acerca do grau de “fidelidade” do torcedor do amanhã.
A infinidade de opções de séries, demais competições esportivas e games, entre outros, pode estar afastando de forma irreversível o futuro fã, até porque a própria TV aberta deu um tiro no pé quando adotou critérios de divisões de receitas que foram co-responsáveis pelo desequilíbrio que vemos no futebol brasileiro. 
Pensar no futuro, se antecipando aos possíveis cenários é um dos skills que separam um bom gestor de um medíocre, nesse contexto, trabalhar a formação de futuros clientes é uma garantia de que as marcas não se acabarão junto às próximas gerações.
Portanto, creio ser de fundamental importância que se avalie a que grau está a fidelidade dos mais jovens em relação a seus times e ao futebol, para daí tomar medidas aparentemente retrógradas.






2 comentários:

  1. Prezado Idel, creio que tuas preocupações com o tema são pertinentes. Há uma diferenças entre os torcedores e a televisão aberta é, ainda, uma excelente opção para todos. os torcedores mais fiéis ou apaixonados talvez sejam capazes de fazer sacrifícios em seus orçamentos, mas boa parte ficará fora pelos motivos que vc levantou. Abraço.

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