terça-feira, 1 de junho de 2010

Patrocínios - O que restringir?

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2010, concluiu que a publicidade de bebidas alcoólicas está fortemente concentrada nos programas de esporte (69,2%). Esse estudo analisou 420 horas de programação nos quatro canais de maior audiência no Brasil, o que totalizou 7.359 peças publicitárias, dessas 7,6% era de bebidas alcoólicas – sexto produto mais anunciado.
Tal resultado provocou variadas reações, algumas atacando a iniciativa sob o argumento de que a exposição a esse tipo de publicidade implica num maior consumo de álcool, outras considerando que a publicidade deve ser livre para produtos lícitos.
É importante esclarecer que a associação desses e outros produtos do gênero ao esporte não se resume às inserções publicitárias em programas de televisão, mas a toda sorte de patrocínios.
O cigarro, após anos de forte presença no automobilismo, foi banido do esporte em quase todo o mundo, porém ainda é possível encontrar times de futebol patrocinados por empresa desse segmento.
No caso das bebidas alcóolicas, a repressão tem sido menos rígida, vários esportes têm equipes patrocinadas por marcas de cervejas, como por exemplo no futebol, o Libertad do Paraguai e o Liverpool da Inglaterra.
Torneios de golfe têm patrocínios de marcas de whisky e até o Ironman do Hawaii já foi patrocinado por cerveja.
Já em relação aos jogos de azar, o que se vê atualmente é um crescente aumento na quantidade de sites de apostas patrocinando grandes equipes de futebol como Real Madrid, Milan, Sevilla, West Ham.
A discussão, no entanto, não tem entrado muito no mérito da essência do esporte, ou seja, até que ponto o esporte pode ser utilizado por marcas de produtos que venham a causar dependência.
Em minha opinião, o esporte chegou num patamar em que a definição de sua atribuição ficou bastante confusa, pois mesmo sem serem excludentes, há uma linha tênue entre entretenimento e competição esportiva.
Afinal, nem todo espectador de modalidade esportiva é um esportista, vide os conflitos e brigas entre torcidas e até entre dirigentes.
Creio que as restrições quanto à associação da marca devam estar diretamente ligadas ao caráter do evento, ou seja, caso o mesmo tenha um cunho mais voltado ao entretenimento, as restrições deveriam ser menores, sendo a recíproca verdadeira em eventos mais ligados ao lado lúdico do esporte. Concordo que proceder a correta classificação é muito difícil, portanto um debate entre as partes envolvidas no processo se torna vital para o estabelecimento de critérios.
Por outro lado, considero inconcebível a participação de atletas no endosso de qualquer marca relacionada a produtos que possam causar dependência.
Além da sinergia, que sempre preconizo entre patrocinador e patrocinado, os atletas devem ter em mente que são ídolos, e que qualquer testemunhal ou ato que cometam têm forte influência, principalmente perante aos jovens.

Infelizmente a quantidade de atletas que dão atenção a esse fato é bem pequena, na verdade o direcionamento de suas carreiras é definido por agentes e empresários, que pouco ou nada conhecem de marketing. Exceções no mercado, o jogador de futebol inglês David Beckham e a tenista russa Maria Sharapova não renovaram o contrato com uma marca de refrigerante para não incentivar o consumo desse produto por parte de seus fãs.

Dessa forma, sou tentado a achar importante regulamentar algumas iniciativas, sob o risco do esporte passar a ser "jogo",  o que a longo prazo poderá desvirtuar toda o conceito nobre que envolve essa atividade.



2 comentários:

  1. Não sou contra a publicidade de produtos que causam dependência, pois não acho coerente priva-los de expor suas marcas, tendo em vista que são lícitas e sofrem mais ainda com os tributos.Sou contra,sim, atletas e artistas que vinculam sua imagem a tais produtos. Temos o recente exemplo de um dos patrocinadores da seleção brasileira de futebol, que apresenta os jogadores como "GUERREIROS"/"BRAHMEIROS".

    P.S.:Ótimo como sempre.

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  2. Saiu a Francesa pois só CAIU A FICHA de pois que viu a MERDA que fez!

    PROFESSOR de que??????? Fez Faculdade??? Se fez não aprendeu nada......fez cursinho de treinador??? Colou as provas??? Puxa Saco de CBF ou o que???

    Tira marra de tecnico e tecnicamente falando é um BOSTA que fez o que quis.......se é num Pais Arabe deste por aí....hoje o Tal Professor seria no mínimo apedrejado em praça pública.

    Tô com a Holanda e não abro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Heiniken na galera!!!

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